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Cerca de 70% da superfície do globo poderá ser afetada pelo impacto de mineração, estradas e cidades em 2032 se a humanidade não tomar providências urgentes. A conclusão é de um relatório da ONU, no qual trabalharam mais de mil cientistas.
O estudo, conhecido como Geo 3 (sigla em inglês para Panorama Ambiental Global), foi preparado pela Pnuma (Programa da Nações Unidas para o Ambiente) para servir como indicador da saúde ambiental da Terra as vésperas da Rio +10, a conferência mundial sobre ambiente e desenvolvimento sustentável que acontece no fim de agosto na África do Sul.
Ele afirma que, dez anos depois da Eco-92 e 30 anos depois da primeira cúpula mundial sobre ambiente, realizada na Suécia em 1972, o planeta vive "numa encruzilhada, sendo as escolhas feitas hoje críticas para sistemas dos quais dependem esta e as próximas gerações".
Sob vários aspectos, muito pouco do que os seres humanos fizeram para evitar ou remediar mudanças ambientais terá algum efeito no futuro próximo. Cerca de 40% da humanidade já enfrenta escassez de água, especialmente para a agricultura, e as concentrações de dióxido de carbono -o principal gás causador do efeito estufa- na atmosfera chegarão á casa das 450 partes por milhão (contra 360partes por milhão hoje) nas próximas décadas.
"Boa parte das mudanças ambientais já estava ocorrendo nos últimos 30 anos", diz o Pnuma.
O que pode acontecer, segundo o Geo-3, é o agravamento ou a reversão dessas tendências, dependendo de como a sociedade global agir daqui para a frente.
Cenário
O relatório montou quatro cenários possíveis para tentar avaliar e estado do mundo em 2032. Cada cenário prioriza um tipo de tomada de decisão política econômica e avalia como tudo isso pode se refletir na ambiente.
No cenário em que é dada prioridade aos mecanismos de mercado, à liberação econômica e à globalização como forma de gerar emprego e renda e, por tabela, mitigar impactos ambientais -como a poluição do ar nas metrópoles do Primeiro Mundo-, os indicadores quase sempre são os piores possíveis: mais de metade da população mundial enfrentará escassez hídrica severa e as concentrações de dióxido de carbono terão subido 50% até 2050.
Nesse mesmo cenário, pouco mais de 70% da terras do globo estarão sob impacto direto ou indireto de atividades humanas. Apesar de a superfície construída no planeta estar projetada para apenas 3% em 2032, os ecossistemas estarão fragmentados e debilitados pelo aquecimento global a tal ponto que a biodiversidade terá pouca chance de recuperação.
Segurança
Outro dos cenários construídos pelo Pnuma assume que a segurança, que virou prioridade do mundo desenvolvido após o 11 de setembro, vá se tornar o ponto chave da agenda global nos próximos 30 anos. Grupos ou países ricos tenderiam a criar "ilhas de vantagens" para si e para seus satélites. Nesse caso, o risco de degradação do solo aumenta devido à destinação de mais áreas para a agricultura, a fim de reduzir a dependência de comida importada.
Nos mais otimistas do cenários, a prioridade é dada ao uso sustentável dos recursos naturais, algo tão desejado quanto difícil de obter -especialmente com o temido esvaziamento da Rio +10.
"O Geo-3 não é uma condenação, nem um disfarce dos desafios que temos pela frente", disse Klaus Topfer, secretário-executivo do Pnuma. "É o melhor levantamento de onde estivemos, onde chegamos e para onde podemos ir". O documento está na internet (www.unep.org/GEO/geo3/index.htm).
Meio Ambiente e Segurança do Trabalho
Cenário Ambiental
"Terra vive encruzilhada: aumenta a responsabilidade da Indústria"Cerca de 70% da superfície do globo poderá ser afetada pelo impacto de mineração, estradas e cidades em 2032 se a humanidade não tomar providências urgentes. A conclusão é de um relatório da ONU, no qual trabalharam mais de mil cientistas.
O estudo, conhecido como Geo 3 (sigla em inglês para Panorama Ambiental Global), foi preparado pela Pnuma (Programa da Nações Unidas para o Ambiente) para servir como indicador da saúde ambiental da Terra as vésperas da Rio +10, a conferência mundial sobre ambiente e desenvolvimento sustentável que acontece no fim de agosto na África do Sul.
Ele afirma que, dez anos depois da Eco-92 e 30 anos depois da primeira cúpula mundial sobre ambiente, realizada na Suécia em 1972, o planeta vive "numa encruzilhada, sendo as escolhas feitas hoje críticas para sistemas dos quais dependem esta e as próximas gerações".
Sob vários aspectos, muito pouco do que os seres humanos fizeram para evitar ou remediar mudanças ambientais terá algum efeito no futuro próximo. Cerca de 40% da humanidade já enfrenta escassez de água, especialmente para a agricultura, e as concentrações de dióxido de carbono -o principal gás causador do efeito estufa- na atmosfera chegarão á casa das 450 partes por milhão (contra 360partes por milhão hoje) nas próximas décadas.
"Boa parte das mudanças ambientais já estava ocorrendo nos últimos 30 anos", diz o Pnuma.
O que pode acontecer, segundo o Geo-3, é o agravamento ou a reversão dessas tendências, dependendo de como a sociedade global agir daqui para a frente.
Cenário
O relatório montou quatro cenários possíveis para tentar avaliar e estado do mundo em 2032. Cada cenário prioriza um tipo de tomada de decisão política econômica e avalia como tudo isso pode se refletir na ambiente.
No cenário em que é dada prioridade aos mecanismos de mercado, à liberação econômica e à globalização como forma de gerar emprego e renda e, por tabela, mitigar impactos ambientais -como a poluição do ar nas metrópoles do Primeiro Mundo-, os indicadores quase sempre são os piores possíveis: mais de metade da população mundial enfrentará escassez hídrica severa e as concentrações de dióxido de carbono terão subido 50% até 2050.
Nesse mesmo cenário, pouco mais de 70% da terras do globo estarão sob impacto direto ou indireto de atividades humanas. Apesar de a superfície construída no planeta estar projetada para apenas 3% em 2032, os ecossistemas estarão fragmentados e debilitados pelo aquecimento global a tal ponto que a biodiversidade terá pouca chance de recuperação.
Segurança
Outro dos cenários construídos pelo Pnuma assume que a segurança, que virou prioridade do mundo desenvolvido após o 11 de setembro, vá se tornar o ponto chave da agenda global nos próximos 30 anos. Grupos ou países ricos tenderiam a criar "ilhas de vantagens" para si e para seus satélites. Nesse caso, o risco de degradação do solo aumenta devido à destinação de mais áreas para a agricultura, a fim de reduzir a dependência de comida importada.
Nos mais otimistas do cenários, a prioridade é dada ao uso sustentável dos recursos naturais, algo tão desejado quanto difícil de obter -especialmente com o temido esvaziamento da Rio +10.
"O Geo-3 não é uma condenação, nem um disfarce dos desafios que temos pela frente", disse Klaus Topfer, secretário-executivo do Pnuma. "É o melhor levantamento de onde estivemos, onde chegamos e para onde podemos ir". O documento está na internet (www.unep.org/GEO/geo3/index.htm).