Whatsapp
Portal Ciesp > Notícias > "PIB da região de Campinas tem crescimento de 1,2% no primeiro trimestre", noticia Correio Popular

Noticías

"PIB da região de Campinas tem crescimento de 1,2% no primeiro trimestre", noticia Correio Popular 30/06/2022Fonte: Correio Popular 

A Região Administrativa (RA) de Campinas fechou o primeiro trimestre deste ano com crescimento de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos numa região e período determinados. Com isso, o crescimento do PIB na região ficou na 12ª posição dentre todas as regiões administrativas do Estado.

O estudo divulgado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) mostra que o desempenho é praticamente igual ao mesmo período do ano passado, quando a alta foi de 1,3%, e o acumulado em 12 meses foi de 5,8%. As outras regiões é que tiveram agora um crescimento bem maior.

Os números da RA de Campinas são semelhantes ao registrado no Estado de São Paulo, onde a economia atingiu R$ 739,5 bilhões de janeiro a março deste ano, com crescimento de 1% em comparação ao primeiro trimestre de 2021 e de 4,6% em 12 meses. De acordo com a Fundação Seade, a RA de Campinas é a segunda com maior participação do PIB paulista — 9,8% do total —, atrás da Região Metropolitana de São Paulo (51,7%) e bem à frente da terceira colocada, a Região Administrativa de São José dos Campos (5,8%).

Desempenho
Porém, a RA de Campinas, que em 2021 registrou a maior alta do PIB no Estado (7,6%), caiu para a 12ª posição quanto ao crescimento no primeiro trimestre deste ano, entre as 16 regiões administrativas paulistas, e está em 7º lugar no acumulado de 12 meses, de março de 2021 a fevereiro deste ano. 

Para o economista Roberto Brito de Carvalho, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Campinas), o resultado positivo não deve ser comemorado porque o desempenho ficou abaixo da expectativa, que havia no começo do ano, de retomada forte da economia.

Porém, ele diz que é preciso relativizar o fato de outras regiões administrativas terem um desempenho melhor do que a de Campinas no primeiro trimestre. O economista explica que outras RAs devem ter sua economia mais dependente de setores que tiveram uma recuperação mais acentuada, neste ano, em função da redução das medidas restritivas geradas pela pandemia de covid-19. É o caso, por exemplo, da retomada das atividades de lazer, turismo e entretenimento. 

Além disso, o desempenho dessas regiões é comparado a bases muitos ruins de anos anteriores. Segundo a Seade, a RA de Bauru foi a que registrou o melhor desempenho do PIB no primeiro trimestre de 2022, com alta de 3,7%, seguida pela de São José do Rio Preto (3%) e Araçatuba (2,9%). 

No acumulado de 12 meses, a liderança fica com a Região Administrativa de Sorocaba (9,4%), seguida por Santos em segundo lugar (7,4%), e com Itapeva (7,1%) em terceiro. 

Carvalho ressalta que Campinas tem uma economia mais diversificada, com muitos setores mantendo as atividades mesmo durante o aumento dos casos de covid-19 entre janeiro e abril do ano passado. Nessa situação se enquadram as indústrias e a construção civil, que colaboraram para a alta acentuada do PIB da RA em 2021. 

Das regiões administrativas, duas tiveram queda no desempenho do PIB no primeiro trimestre deste ano. A de Itapeva foi a que apresentou o pior resultado, com -2,7% entre janeiro e março, enquanto que a de Franca registrou -0,2%.

Projeção 
Para Carvalho, os cenários econômicos regional e nacional apontam para queda de desempenho no segundo trimestre de 2022 e também no próximo semestre. Ele explica que a conjuntura está sendo afetada pelo quadro geopolítico internacional ruim, principalmente com a deflagração da guerra entre a Rússia e a Ucrânia no final de fevereiro e previsão de recessão mundial. O Brasil é afetado ainda pela alta da inflação e da taxa de juros, o que diminui o poder aquisitivo da população e o consumo.

O economista acrescenta que a expectativa para o segundo semestre é de continuidade da crise internacional, inflação descontrolada e juros com viés de alta. Além disso, o quadro se torna mais complicado com uma campanha eleitoral polarizada, com risco de crise institucional, e a realização da Copa do Mundo, que normalmente reduz a atividade econômica do País.

"Para o segundo semestre, infelizmente, não há sinais positivos. É um quadro de apreensão e de turbulência que deve durar até o final do ano", afirma o economista. Para o professor da PUC, esses fatores que se colocam no horizonte fazem os empresários apertarem o cinto e cortarem investimentos à espera de uma perspectiva mais otimista, o que prejudica ainda mais a economia, com risco de se prolongar no próximo ano.

A previsão do setor da construção civil é fechar 2022 com crescimento de 3%, sendo o segundo ano seguido de alta. Porém, a escalada de preços dos materiais de construção reduz as margens de lucro das construtoras e ameaça paralisar as obras, reduzir as compras de insumos e causar demissões.
O diretor regional do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon), Marcio Benvenutti, acrescenta que a alta dos juros torna incerto o desempenho. "Com a manutenção do quadro atual de juros altos para financiamentos e constantes aumentos nos preços das matérias-primas para as construtoras, as expectativas do setor são negativas para 2023", afirma.
Compartilhar: