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Melhora nas perspectivas para a economia brasileira sustenta crescimento da confiança do agronegócio11/08/2021 
O avanço da vacinação e o relativo controle da Covid-19 ajudaram a sustentar o resultado de 119,9 pontos, um aumento de 2,4 pontos em relação ao levantamento anterior
O Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela CropLife Brasil, reflete uma evolução no seu segundo trimestre de 2021, atingindo 119,9 pontos, um aumento de 2,4 pontos em relação ao levantamento anterior. Na prática, as entidades afirmam que houve um alinhamento dos ânimos na cadeia produtiva. As indústrias, que fecharam os dois trimestres anteriores com a confiança em queda devido à deterioração das perspectivas econômicas, retomaram o entusiasmo.

Para Roberto Betancourt, diretor titular do Departamento do Agronegócio da Fiesp, esse resultado retrata, entre outros aspectos, as sucessivas revisões positivas para o crescimento do PIB brasileiro em 2021 - que passaram de 3,17% no início de abril para 5,05% no fim de junho, conforme o Boletim Focus. "O recuo da taxa de câmbio no trimestre também melhorou a situação das empresas com custos em dólar, como é o caso de diversos segmentos de insumos agropecuários", analisa.

O índice dos produtores agropecuários recuou um pouco, mas ainda se mantém em níveis elevados. Segundo a metodologia do estudo, os resultados demonstram otimismo quando são superiores a 100 pontos e pessimismo quando ficam abaixo dessa marca.

Índice de Confiança das Indústrias (Antes e Depois da Porteira): 118,5 pontos, alta de 7,8 pontos
O aumento de 7,8 pontos na confiança das indústrias inseridas nas cadeias agropecuárias foi influenciado pela melhora nas avaliações sobre a economia, principalmente no que diz respeito às condições atuais - houve ganho de confiança nas expectativas para o futuro próximo, apesar de um nível menor. Essa melhora da confiança vale tanto para as empresas situadas na chamada pré-porteira (indústrias de insumos agropecuários) quanto nas que se encontram no pós-porteira (como as que compõem os setores de alimentos e de logística).

Indústria Antes da Porteira (Insumos Agropecuários): 117,1 pontos, alta de 9,2 pontos
Com o maior aumento entre os índices pesquisados, as indústrias de insumos chegaram a 117,1 pontos, 9,2 pontos acima do registrado no trimestre anterior. "As vendas de insumos agrícolas aqueceram para a próxima temporada 21/22 e, aqueles que puderam, fecharam o segundo trimestre deste ano antecipando compras em relação ao mesmo período dos anos anteriores. O objetivo foi amenizar o impacto das recentes altas nos preços de fertilizantes e defensivos" afirma Christian Lohbauer, presidente executivo da Croplife Brasil.

Indústria Depois da Porteira: 119,1 pontos, alta de 7,2 pontos
O índice de confiança das indústrias situadas depois da porteira reverteu as tendências que minavam o entusiasmo de setores importantes, como o de alimentos, e apresentou forte recuperação. "Os preços dos grãos recuaram, minimizando a pressão sobre os custos dos frigoríficos; as exportações do agronegócio continuaram aquecidas, com receitas 28% maiores no segundo trimestre deste ano em relação à idêntico período de 2020; e a melhora nas perspectivas para a economia brasileira atenuou os temores relacionados ao comportamento do consumo doméstico", destacou Betancourt.
No entanto, ele alerta que a quebra da segunda safra de milho vai reduzir os volumes de exportação, com impacto negativo no próximo trimestre para empresas de logística e tradings.

Índice do Produtor Agropecuário: 121,7 pontos, queda de 5,0 pontos
O produtor agropecuário fechou o segundo trimestre do ano em 121,7 pontos, queda de 5,0 pontos em relação ao levantamento anterior, puxada principalmente pelos agricultores.

A cada trimestre o levantamento do IC Agro questiona os produtores sobre os principais problemas de seu negócio. O clima continuou sendo o aspecto mais importante, citado por 56,1% dos entrevistados e mantendo a posição do trimestre anterior. O principal destaque, porém, foi o crescimento da alta incidência de pragas e doenças, que passou de 12,9% para 20,3% das citações. Subiu da quinta para a segunda posição, ocupando o lugar do ranking que, anteriormente, cabia ao aumento do custo de produção, agora o terceiro problema da lista: caiu de 24,3% para 19,3%, apesar da alta dos insumos no trimestre.

Índice do Produtor Agrícola: 121,4 pontos, queda de 6,5 pontos
O índice de confiança dos agricultores foi o que mais caiu neste levantamento. Para Lohbauer, contribuíram para a queda a estiagem, que prejudicou a produtividade das lavouras; o recuo nos preços dos grãos acompanhando a queda da taxa de câmbio; a continuidade da alta dos juros encarecendo o financiamento agrícola; e a alta de preços dos insumos, diminuindo a atratividade das relações de troca para os produtores e reduzindo as perspectivas de rentabilidade para a próxima safra.

Lohbauer complementa que a avaliação dos produtores não reflete ainda os danos causados pela geada do fim de junho, que ocorreu após o período de sondagem.

Índice do Produtor Pecuário: 122,5 pontos, queda de 0,4 ponto
O nível de entusiasmo dos pecuaristas se manteve praticamente estável em comparação ao levantamento anterior, com queda de apenas 0,4 ponto, fechando em 122,5 pontos. "Assim como no caso dos agricultores, houve piora nas avaliações relacionadas aos preços dos produtos e ao crédito. A percepção sobre os custos de produção é uma das piores da história - mas o recuo dos preços dos grãos é um fator positivo para esse grupo", pondera Betancourt.

Saiba mais na página do ICAgro. https://www.icagro.com.br/
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