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Problema é carência de informação04/07/2012Em uma pequena indústria, qual é a maior barreira para a redução das agressões ao meio ambiente? Errou quem acha que é o custo dos equipamentos de proteção ou a escassez de financiamentos. Falta de informações sobre procedimentos ambientalmente corretos é a principal dificuldade enfrentada por essas empresas. Pelo menos é isso o que identificou a pesquisa “ Diagnóstico da Situação da Gestão Ambiental nas Indústrias do Estado do Rio de Janeiro”, divulgada nesta semana pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Realizado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o estudo contou com a participação de 337 empresas dos mais diversos setores. Dessas, 258 são de pequeno porte. “ É comum os pequenos empreendedores agredirem o ecossistema por desinformação”, avalia Paulo Alvim, gerente de inovação e acesso a tecnologia do Sebrae Nacional (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Na opinião de Alvim, em geral, as pequenas só acordam para a questão ambiental quando sofrem pressões de agentes externos como clientes e poder público. Mas, quando isso ocorre, pode ser tarde demais. A multa já terá sido lavrada e o cliente poderá se negar a esperar até que uma política de gestão ambiental seja implantada. De acordo com a sondagem feita pela Firjan e FGV, 17% das pequenas indústrias consultadas nunca investiram em ações para o controle ou prevenção de problemas ambientais. Entre as grandes, esse índice é de apenas 1%. “ Muitas vezes, pequenas mudanças no processo produtivo já surtem efeitos consideráveis”, afirma Chistiane Maroun, gerente do departamento de meio ambiente da Firjan. O empresário Luís Carlos Barbosa Lima, dono da indústria cerâmica Argibem, de Três Rios (RJ), por exemplo, trocou a matriz energética da fábrica e diminuiu a emissão gás carbônico em pelo menos 20%. “Antes usava lenha, agora uso óleo para alimentar os fornos. Com isso, reduzi a necessidade de combustível e, consequentemente, os poluentes”, diz. O que motivou Lima a fazer essa e outras alterações foi um trabalho de consultoria realizado pelo Sebrae/RJ. Além do Sebrae, outras entidades como Federações de Industrias, Associações e Universidades também oferecem apoio para que as empresas atuem de forma ecologicamente correta. Apesar de grande parte das pequenas empresas brasileiras ainda engatinharem no quesito respeito ao meio ambiente, algumas dão verdadeiros exemplos de conscientização e cidadania. A Óptica Santa Inês de São Paulo, é uma delas. Ciente dos estragos causados pelo mercúrio, substância presente nas lâmpadas fluorescente, Álvaro Akio Kido, sócio do estabelecimento, guarda todas as lâmpadas queimadas. Uma vez por ano, ele as envia para uma empresa especializada em descontaminação de mercúrio. “Por lâmpada pago cerca de R$5,00. É um dinheiro bem gasto, pois tenho certeza que elas terão uma destinação correta.” Outra preocupação de Kido é com os resíduos de vidro que sobram do corte das lentes. Ele montou um sistema de filtragem para evitar que o vidro vá para o esgoto. “ Junto três quilos de vidro pó por mês. Já procurei fábricas de vidro para enviar este material, mas ninguém se interessou”, conta.
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