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CAMPMODAL 2018 desafia o setor e recomenda inovações na Multimodalidade Brasileira 17/04/2018Comunicação CIESP-Campinas, Carla Marins

Com a realização do CIESP-Campinas e da FIESP, e a correalização da Prefeitura Municipal de Paulínia, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o encontro contou com temas estratégicos e em evidência do setor Logístico e de Transportes, em especial, ações para o desenvolvimento da multimodalidade logística na no país. O primeiro CAMPMODAL trouxe à discussão a importância da redução dos custos, da competividade, da regulação, da redução de prazos, da simplificação tributária, da melhoria da infraestrutura, da inovação tecnológica e da oportunidade de negócios.


O evento foi realizado na Região Metropolitana de Campinas, em Paulínia, por ser esta um dos mais importantes vetores logísticos do País. Representando a prefeitura municipal, estiveram dando as boas-vindas aos presentes, o prefeito, Dixon Carvalho e o Secretário da pasta de Desenvolvimento Econômico, Rui Rabello, que ponturam o quão valoroso se faz a pauta da multimodalidade para avanços e aproveitamento do potencial de Paulínia e de toda a RMC.

O grande impacto do evento veio através de uma carta intitulada Carta Logística da RMC, com sugestões e recomendações destacadas no CAMPMODAL 2018, e deverão fazer parte da agenda do governo, do congresso nacional e do setor privado, posto que, juntamente com a sociedade, deverão se mobilizar para a melhoria da logística e a viabilização das operações multimodais em nosso País.
 
A importância estratégica da RMC, respectivamente com 82% do PIB do Estado de SP e 27% do PIB Nacional, esteve na pauta quando citada da retomada da economia nacional, através de um novo ciclo de investimentos do governo federal, estadual e da iniciativa privada. “A retomada gradual do comércio exterior e do mercado interno, já está tendo impacto direto no volume da produção de praticamente todos os setores da economia, com repercussão direta na logística de transporte de cargas”, afirmou o vice-presidente do CIESP, Rafael Cervone.

Cervone ainda destacou a importância do estado de São Paulo, como sendo maior economia do país, e estando entre as 20 maiores economias do mundo, à frente de países como Arábia Saudita, Argentina e Suíça.

“A Região Metropolitana de Campinas está no coração da chamada “Dorsal Paulista”, forma a região com a maior dinâmica de crescimento territorial no Estado de SP. A importância econômica da região é claramente observada pela concentração de 82% do PIB do Estado de São Paulo e 27% do PIB do Brasil. Além do dinamismo econômico, a Dorsal apresenta outras características que a destacam no território, como a densa rede urbana, uma vasta malha rodoviária, e projetos importantes de retomada e implementação da malha ferroviária. A Sudoeste da Dorsal, aproximadamente delimitada pelo Vale do Rio Tietê, encontra-se a região que será a nova frente de expansão econômica do Estado”, fundamentou o vice-presidente do CIESP.

Na região encontram-se os maiores Clusters Produtivos, como o setor de Petróleo e Gás, a base industrial em Paulínia, sendo que a indústria de combustíveis foi a que apresentou maior valor adicionado fiscal na Região Metropolitana de Campinas. O segmento de montadoras e autopeças, segundo com maior valor adicionado na RMC, é predominante em Campinas, Indaiatuba, Itatiba, Valinhos e Vinhedo, formando um importante polo automotor na região, fortalecido pela região de Sorocaba, Piracicaba, Sumaré e São Carlos, como atração do polo automobilístico. Terceiro maior destaque da RMC, a indústria de material eletrônico e equipamentos de comunicações é âncora no município de Jaguariúna, estendendo seu eixo de atuação até Sorocaba formando o já chamado “corredor asiático” de tecnologia.

Dentre as demandas levantadas esteve com relevância o aumento da competitividade e a redução de custos com participação mais efetiva das agências reguladoras como ANAC, ANTAQ e ANTT.

CONFAZ e EPL destacam simplificação tributária e investimentos da ordem de R$ 2 bilhões

Simplificação de aspectos tributários também foram pontuados pelo Secretário-Executivo do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), Bruno Pessanha Negris, além da menção aos investimentos futuros da ordem de 2 bilhões de reais. Segundo dados da Empresa de Planejamento Logístico – EPL, durante a execução dos investimentos programados, estimam-se 356 mil empregos gerados, dos quais: 239 mil empregos gerados pelos programas: Avançar e Avançar Parcerias, incluindo a antecipação de investimentos nos trechos ferroviários concedidos; 117 mil empregos gerados pelos investimentos propostos pela Carteira de Projetos do PNL. Com relação ao PIB, considerando o incremento na renda proporcionado pelos empregos gerados a partir desses investimentos, espera-se uma elevação potencial de aproximadamente 0,1% a.a. no PIB Brasil.

De acordo com José Nunes Filho, diretor titular da entidade, a RMC deverá formar a primeira Megalópole brasileira, unindo as regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Sorocaba, já chamada de Triângulo Econômico de Ouro, incluindo os aglomerados urbanos de Jundiaí e Piracicaba, ancorada em uma boa oferta de rodovias de grande capacidade de tráfego e razoável estado de conservação, unidades de pesquisa e centros tecnológicos e de conhecimento, garantindo acesso a produção e distribuição, além de mão de obra muito bem qualificada na própria região. “Essa tendência de crescimento fortalece o desenvolvimento econômico, possibilitando a integração de grandes mercados e o desenvolvimento de novas atividades econômicas”.

“No coração desta localização privilegiada, o Aeroporto Internacional de Viracopos apresenta-se como importante eixo de transporte de passageiros e de mercadorias no eixo nacional e internacional”, fortaleceu Nunes.

 Ao apresentar o cenário da infraestrutura da multimodalidade, o vice-presidente do CIESP, enalteceu como pontos fortes para o desenvolvimento do setor: a forte conteinerização do comércio exterior, a difusão de modernas práticas logísticas e o desenvolvimento da infraestrutura de comunicação.

Posicionou, ainda, que no âmbito do modal rodoviário, o Estado de São Paulo prima pelo bom estado da malha concedida, razoável qualidade dos serviços prestados, carecendo ainda de maior dinamismo na ampliação da capacidade de transporte das vias importantes.

“Apesar das grandes vulnerabilidades, as ferrovias passam por reabilitação dos equipamentos e operações que estão se tornando eficientes. A hidrovia passa por ampliação de seu uso e os terminais portuários têm alta produtividade, quebrando recordes de movimentação ano após ano”, avaliou Cervone.

O diretor de infraestrutura do CIESP-Campinas e diretor estadual adjunto do Deinfra, Julio Diaz, reafirmou que a segurança jurídica combinada com preços competitivos, é fundamental para o crescimento sustentado do setor.

“Como parte da infraestrutura do país, o bom funcionamento do setor requer: planejamento, gestão e regulação eficientes. A fragilidade deste tripé explica a situação difícil em que se encontra parte do setor no momento”, disse.

“É fundamental o restabelecimento da autonomia das agências reguladoras e uma maior harmonia na sua atuação. A ANTAC, ANAC e ANTT devem em conjunto, garantir a regulação adequada e a devida articulação entre a União/Estado’, colocou Diaz.

 
Comunidade Acadêmica e estudantes do SENAI têm participação de peso
Alunos de Comunicação da UNASP estiveram ao longo de todo o dia cobrindo o evento, o qual também serviu de laboratório para desenvolvimento de habilidades e competências dos mesmos na cobertura de pautas de interesse da indústria.

Já os alunos de Logística das escolas do SENAI da região prestigiaram o evento com presença em massa e puderam em primeira mão ter acesso a um conteúdo de muito interesse e relevância para o aprimoramento dos estudos, consolidando assim o intercâmbio e parceria empresa-academia-escola.

O Evento
No último dia 12 de abril, o encontro entre autoridades e líderes de destaque no setor, nos âmbitos municipal, estadual e federal, ocorreu no Teatro Municipal de Paulínia.

Com um caráter dinâmico e interdisciplinar o evento trouxe um importante congresso, com quatro painéis nacionais e internacionais, reunindo os principais players do transporte de cargas, comércio exterior.

O Painel Governamental descortinou o encontro falando sobre o Planejamento e Objetivos do Governo para Apoio e Desenvolvimento da Multimodalidade Logística no Brasil, com participação do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Ministério da Fazenda, Governo de São Paulo – apresentando o PPI – Programa de Participação de Investimentos e EPL – da Empresa de Planejamento e Logística.

Cases de Sucesso marcaram o Painel Internacional promovido pela ALALOG, ABOL e DB Internacional marcaram presença no Painel Internacional: Experiências Internacionais de Implantação e Operação Multimodal. O Painel das Agências teve participação da ANTAQ, ANAC e ANTT, com o tema Regulação e Incentivos à Multimodalidade.

Já o Painel Nacional foi marcado pelo tema: Obstáculos e Dificuldades na Operação Multimodal no Brasil com cases de sucesso apresentados por participantes como: Contrail, Intercomex, Multitex, Porto Seco Cetro Oeste, Brado Logística e Correios.

O CAMPMODAL teve a parceria da Contrail e Azul Cargo Express; e com o apoio do Café Canecão, Its Picture, SENAI, Cargo News, Abifer e Abol.
 
Primeiro Encontro de Negócios do CIESP direcionado ao Mercado Multimodal
Através de, aproximadamente, 250 reuniões, os empreendedores se apresentaram ao mercado e também conheceram os diferentes atores que o compõe e agregam valor ao setor.

Lideram o Encontro as empresas: LSL, WindiLogistics e VL. Estas trouxeram aos demais participantes suas demandas e ofertaram também seus serviços e produtos.

Logo na abertura os diretores, José Henrique Toledo Corrêa, 1º vice da Regional e diretor estadual de Produtos, Negócios e Serviços; e o diretor de Negócios do CIESP-Campinas, Fabiano Grespi, reforçaram o caráter fortemente indutivo deste que foi o primeiro Encontro de Negócios do CIESP direcionado à Multimodalidade Logística.

“Para ser lembrada, sua empresa tem que ser vista”, afirmou Fabiano Grespi. Esta é uma importante ferramenta indutora de oportunidades e novos negócios e por meio de forma rápida e eficiente para as empresas detectarem parceiros comerciais”, completou José Henrique Toledo Côrrea.


CARTA LOGÍSTICA DA RMC
Texto autoral, assinado pelas autoridades e lideranças do evento

Além das entidades acima mencionadas, estiveram presentes no evento significativa parcela representativa do Setor Logístico Brasileiro, operadores logísticos, empresas de transportes, associações e entidades representantes do setor, da indústria, comércio, imprensa e sociedade em geral. Houve também a participação de empresas internacionais apresentando cases de sucesso envolvendo soluções para operações multimodais.
 
Ao final do evento, os participantes decidiram emitir um documento, intitulado CARTA LOGISTICA DA RMC - REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS, no qual são sugeridas algumas das principais providências destacadas nesse evento para que o Brasil, de fato, equilibre sua matriz de transportes e implante, de forma definitiva, simplificada e moderna a MULTIMODALIDADE.
 
A MULTIMODALIDADE, como ficou constatado durante as palestras, além de integrar racionalmente as operações dos diversos modais de transporte, é considerada vital para a redução do custo logístico no Brasil, aumento da produtividade da infraestrutura existente, diminuição dos prazos de transporte, redução da emissão dos gases de efeito estufa (CO2), e consequente melhoria da competitividade brasileira, com benefícios ao meio ambiente, à economia e à sociedade em geral.


Em linhas gerais, modais de transporte não concorrem entre si, são complementares, daí a necessidade de serem plenamente integrados para melhorar  a competitividade logística.

A seguir destacamos um rol de providências que, sem dúvida, deverão fazer parte da agenda do governo, do congresso nacional e do setor privado, posto que, juntamente com a sociedade, deverão se mobilizar para a melhoria da logística e a viabilização das operações multimodais em nosso país:
 
  1. Fortalecer as agências reguladoras e reforçar a cooperação entre elas, para que, com a retomada de suas autonomias e livres de influências políticas, possam trabalhar no aprimoramento e na priorização de suas competências, ou seja, realizar reforma do sistema de gestão pública dos transportes, evitando a fragmentação dos núcleos de gestão e decisão, bem como a politização dos cargos, que impactam, diretamente, no desenvolvimento integrado e isento dos projetos que solidificam a infraestrutura;

    Cumprir, como verdadeira Política de Estado, o programa de investimentos e projetos evidenciados no Plano Nacional de Logística – PNL elaborado pela EPL – Empresa de Planejamento e Logística, principalmente no desenvolvimento da carteira de projetos envolvendo ferrovias, portos, rodovias, hidrovias, aeroportos e dutos;

    Fazer com que a EPL realize, de fato, o planejamento estratégico da logística no Brasil, organizando, estruturando e qualificando a integração dessa atividade em todos os modais;

    Realizar, de forma objetiva, o planejamento estratégico na implantação do Plano Nacional de Logística (PNL) como instrumento de racionalização dos investimentos do setor com apoio do PPI – Programa de Parceria de Investimentos e do BNDES, garantindo fontes de financiamentos para a modernização de todos os modais de transportes e infraestrutura correlata;

    Estimular, através da eficiência, governança e maior transparência, os programas de concessões e privatizações voltados à infraestrutura logística;

    Fortalecer a relação entre o Estado e a Iniciativa Privada, na qual a segurança jurídica e a estabilidade regulatória são fundamentais;
    Buscar maior integração entre os Estados e o Governo Federal para simplificar processos e documentação, principalmente no que diz respeito ao sistema tributário das operações logísticas e, em especial, da multimodalidade, se possível instituindo um imposto único a exemplo do Simples Nacional;

    Desburocratizar os procedimentos regulatórios, tanto nas operações logísticas atuais como naquelas propostas ao estímulo do uso da Multimodalidade;

    Ampliar a oferta dos sistemas de transporte e desenvolver a infraestrutura de integração, com a construção de centros de distribuição, terminais de integração multimodal e terminais de transbordo e armazenagem;

    Implantar procedimentos aduaneiros simplificados e uniformizar os processos de controle aduaneiro de transito em todas as unidades aduaneiras da RFB;

    Disponibilizar para o setor privado, e estimular o seu uso, as informações existentes nos bancos de dados das Receitas Estaduais, que, oriundas das Notas Fiscais Eletrônicas emitidas e ao gerar dados importantes sobre origem, destino, sazonalidade e tipos de carga, propiciam eficiente planejamento logístico, bem como eficácia no direcionamento de investimentos públicos e privados;

    Com base em estudos específicos sobre a movimentação de contêineres, incentivar a iniciativa privada para a criação de “DEPOTS” e áreas de REDEX (Recinto Especial de Despacho de Exportação) em locais que justifiquem sua criação;

    Apoiar e incentivar a Navegação Interior, incluindo a construção de eclusas nas novas barragens hidrelétrica, estudando inclusive um modelo de concessão à iniciativa privada, bem como a Navegação de Cabotagem, aumentando a oferta de rotas de cabotagem, a capacidade dos portos e terminais de contêineres e permitindo a navegação de navios de bandeira estrangeira para realizarem essas operações;

    Ampliar a rede ferroviária, aumentando a velocidade dos trens em circulação e melhorar a integração entre as linhas, além de implementar o direito de passagem, através da renovação antecipada dos contratos atuais de concessão do transporte ferroviário de carga;

    Desenvolver e implantar um conjunto de políticas microeconômicas fundamentais para o desenvolvimento da Multimodalidade, tais como:
     
a) seguro de transporte intermodal de cargas;
b) clareza na legislação sobre a vinculação de um CTe Multimodal a outro CTe Multimodal (subcontratação);
c) definir o período no qual a carga, amparada pelo CTe Multimodal e durante operações de transbordo, poderá ficar em um terminal multimodal;
d) indução para desenvolvimento de polos econômicos regionais;
e) eliminar a análise de mérito no processo aduaneiro de nacionalização, realizado pela RFB no início do processo de transito;
f) realizar apenas o controle de segurança (risco aduaneiro), como controle de lacres e declarações da movimentação de cargas; dar exclusividade apenas para transportadores e terminais de cargas (fiéis depositários de carga RFB), no que diz respeito ao início e conclusão dos processos de transito;
g) corrigir, nos portos brasileiros, os sistemas de acesso terrestre e marítimo e melhorar a articulação entre as diversas autoridades intervenientes nessas atividades e ainda implantar uma politica que possibilite a dragagem com gestão privada;
h) adequar os aeroportos para o pouso e decolagem de aviões de grande porte;
i) expandir os voos internacionais e criar “HUB’s” de carga internacional, com foco nos operadores logísticos, notadamente nas estruturas aeroportuárias de polos econômicos regionais existentes;
j) estimular as operações de transporte internacional rodoviário e ferroviário, amparados por MIC/DTA, privilegiando os serviços aduaneiros em zonas secundárias próximas aos polos econômicos regionais já estabelecidos;
k) estabelecer e
l) investir em obras para melhoria do sistema rodoviário (duplicação, adequação, pavimentação, restauração, conservação da malha, sinalização, controle de peso e velocidade).


Para visualizar algumas das Apresentações, veja os links abaixo: 

CONFAZ
PPI
EPL
CONTRAIL
DB International 
MULTITEX
PORTO SECO
CORREIOS
ANTAQ
BRADO LOGÍSTICA 
INTERCOMEX

 Acompanhe mais sobre o Evento na Galeria, abaixo.
Imagens por: Nó de Oliveira Fotografia
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